
1. Para trabalhar você precisa de um visto de trabalho ou ser imigrante ou ser canadense. Nenhuma empresa grande contrata alguém ilegal. Existem trabalhos por baixo da mesa, claro, mas a grande maioria desses trabalhos paga pouco / explora / é temporário. Então não vale a pena vir sem ter certeza de que pode trabalhar.
2. Existe uma lei trabalhista aqui que diz que só se pode contratar um estrangeiro se não existir nenhum canadense (ou residente permanente) que possa exercer a função. Então se você tem apenas um visto de trabalho, vai ficar lá no fim da fila.
3. Boa parte das produções canadenses contam com estímulo governamental. São isenções fiscais dados às produtoras para empregar mão de obra local. Para ser considerado mão de obra local é necessário, novamente, ser residente permanente ou canadense, residir na cidade onde a produção e ter pagado o imposto de renda daquele ano já na própria cidade. Ou seja, não adianta se mudar hoje para Toronto, por exemplo, e achar que já é residente da cidade. Tem que ter feito sua última contribuição aqui também.
4. Mesmo com todas essas barreiras o trabalho não é regulamentado e a grande maioria das pessoas é freela fixo. Sim, tão ruim quanto no Brasil.
5. Você é novo e não conhece ninguém. Ninguém te conhece. Pra piorar, você tem nome latino, talvez mesmo impronunciável. Tipo Mariana. E seu currículo não tem nenhuma produção gringa… Ninguém ouviu falar das produtoras brasileiras ou dos nossos canais de televisão. GNT? Record? Conspiração? O que é isso? Seu rolo está em português… com legendas. Para os canadenses você é praticamente um alien. Um alien com sotaque.
6. Vai ser muito difícil, senão impossível, arrumar emprego no mesmo nível que você tinha no Brasil. Você vai ter que reconstruir sua carreira. Você é editora, mas vai trabalhar de Logger.
Então, depois de saber de tudo isso, você ainda quer trabalhar por aqui. Como fazer?
1. Imigre. Como? Visite a página http://www.cic.gc.ca/english/ para como fazer.
2. Quando chegar, faça de tudo para conhecer gente. Aqui Quem Indica é tão poderoso quanto no Brasil. A maior parte dos empregos que tive foram por indicação. Bons lugares para fazer network são:
- LIFT (LIAISON OF INDEPENDENT FILMMAKERS OF TORONTO)
- The Directors Guild of Canada
- Festivais de cinema como a TIFF, Hot Docs, Brazilian Film Fest etc.
- Women in Film & Television (WIFT)

4. Alem do networking existem alguns sites que anunciam empregos na área. A maioria voluntários, mas pra quem não tem nada realizado em inglês, pode ser uma:
- Mandy’s Film and TV Production Directory
- Post Production Pro
- A própria LIFT
- Claro, tem o Craigslist.ca, mas a GRANDE MAIORIA dos posts é roubada.
5. Tenha um LinkedIn atualizado, bonitinho, limpinho e cheirosinho. Além disso, participe de grupos de discussão.
6. Aqui pode mandar emails e ligar para pessoas com as quais você gostaria de trabalhar, mesmo que vocês não se conheçam. Faz parte da cultura. Pra mim é absurdo, mas funciona. Chame para um café, para um almoço, pergunte se pode conhecer a empresa.
7. Se você for chamado para uma entrevista, leia o site da empresa, descubra como as pessoas se vestem e se portam e tente parecer com elas. Sério, já vi várias pessoas serem desconsideradas para um trampo porque não pareciam pertencer. Aqui mesmo onde eu trabalho, é uma produtora que faz muito documentário de Heavy Metal. No dia da minha entrevista, vim de preto e eu tava parecida com todo mundo. Uma colega veio pra entrevista de cáqui, toda comportada e dava pra ver que já na entrada olharam pra ela com desconfiança.

9. Aprenda Avid e Premiere. Avid é usado na maioria das grandes produtoras e Premiere nas pequenas. Eu nunca aprendi premiere, mas tá na lista. After Effects é um “plus a mais”.
Bom, essas são minhas dicas.
Espero que ajude alguém.
bha curti muito as dicas parabens ai
ResponderExcluirbrigada!
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