13/12/2015

Trânsito e locomoção - se deslocando pela cidade

Eu acho que não importa onde se viva, o deslocamento entre dois pontos de uma cidade pode ser uma grande fonte de stress.

No Rio de Janeiro lembro que sempre calculava meu deslocamento mínimo de ônibus em 30 minutos de um ponto a outro. Para a praia, uma hora. Para o centro, 40 minutos. Faculdade... dependia. Isso porque eu morava na Zona Sul - parte privilegiada da cidade em termos de... basicamente tudo. Esses tempos, 30, 40 minutos, 1 hora pra chegar no meu destino, me pareciam normais. Mas com o tempo eu fui cansando e descobri que se eu fosse de bicicleta de um canto a outro eu poderia fazer tudo mais
Quando mudei para Toronto obviamente comprei uma bicicleta já de saída, mas morando longe, o primeiro ano por aqui eu usei o TTC como meio prioritário de transporte.

A gente morava numa área mais suburbana, chamada Swan Sea. De casa para o mercado eu podia pegar um ônibus que passava a cada 20 minutos ou andar 25 minutos. O comércio mais perto era num posto de gasolina em que eu comprava uma ou outra coisa numa emergência. Meu primeiro trabalho, num café dentro da Universidade de Toronto, ficava a uma hora de street car de casa. Eu não reclamava a principio, pois uma hora de deslocamento era normal pra mim, mas aos poucos eu comecei a pedalar pra cima e para baixo e não parei mais.

Hoje ando de bicicleta quase todos os dias entre a primavera e o começo do inverno. As coisas que me impedem de pedalar são: chuva, neve, gelo, ventania, temperaturas abaixo de -15, a possibilidade de beber e preguiça - que as vezes bate, não tem jeito. Mas PREGUIÇA MESMO eu tenho de andar de transporte público e hoje tenho mil críticas ao sistema - assim como todo torontoniano.


Minhas críticas: A linha de metrô é muito pequena, tem poucos street cars e ônibus em determinadas rotas. Algumas vezes, como no Rio, passam 2 street cars seguidos um do outro e depois te deixam esperando por 20 / 30 minutos no ponto (o que é especialmente escroto no inverno), eles também encurtam as rotas quando você já está dentro do transporte, obrigando vc a sair no meio do trajeto e ficar na rua esperando o próximo TTC vir. Muita gente vive em seu próprio universo e não ajuda a coletividade - exemplo diário: o street car e os ônibus não param para pegar mais passageiros se estiverem lotados. O motorista não tem como saber se tem ou não espaço atrás, ele só vê a primeira parte do vagão entao ele anuncia pelo rádio: please move back. E as vezes, tem até bancos vazios, espaço pra caramba, e mesmo assim ninguém se move. Todo mundo quer ficar perto da saída. Então você que está esperando para entrar (talvez num frio do cão) não consegue porque o motorista entende que tá cheio. Muitas vezes eu, que estou dentro ou tentando entrar, dou uns gritos até que as pessoas se movam. por último: não tem como negar que os bondes velhos quebram. e quando quebram a rua toda fica travada.

Com relação a carro - não tenho nem carteira de motorista ainda. Simplesmente porque não vejo necessidade. Também porque acho esquisito dirigir uma máquina que pesa toneladas e usa petróleo apenas para transportar meus poucos quilinhos. E eu moro no centro - novamente um local privilegiado, e não preciso de carro quase nunca.

É necessário ter carro em Toronto? Dependendo de onde você mora e onde trabalha/ estuda não. Não mesmo. Com todos os seus problemas o TTC é suficiente e é bem melhor do que o transporte no Rio. Pelo menos aqui vc para um único ticket para se ir de um ponto a outro (com o transfer você pode trocar de transporte sem problema) e a maioria das vezes o tempo de percurso é ok. Você também pode comprar um cartão semanal ou mensal com ilimitadas viagens, o que barateia muito a vida.

Mas, e se eu quero dirigir de vez em quando? Para isso existem diversos serviços de aluguel de carro, como o ZipCar, o Car2Go, o AutoShare e outros. Não precisa de ir a locadoras e há estacionamentos com carros prontos para serem dirigidos por toda a cidade. Então, pra que ter carro?

Algumas ciclovias apareceram da noite para o dia
Para piorar o trânsito na hora do rush pode ser brutal. Cada vez mais gente com carros em ruas estreitas, dividindo a rua com o TTC, carros estacionados, taxis, Ubers, bicicletas... Dirigir na hora do rush aqui pode ser infernal.  Nessa hora as pessoas se estressam loucamente e começam a ignorar regras de civilidade e de trânsito.

E se deslocar de bicicleta: é perfeito?

Não. Longe disso. Mas é tipo MUITO MELHOR do que eu estava acostumada no Brasil.

Aqui rola rush de bicicleta
Primeiro porque o número de ciclovias tem crescido bastante, principalmente agora que o prefeito cracudo saiu. Segundo porque eu posso usar a bicicleta em conjunto com o TTC, então se eu ficar cansada é só levar minha bike comigo. Terceiro porque há estacionamento para bicicleta quase em qualquer lugar.

Mas não é um mundo perfeito. Mesmo com ciclovias, motoristas de carros particulares e taxis insistem em estacionar ou mesmo trafegar nas vias. Muitos ultrapassam você tirando fino. Outros te agridem verbalmente apenas por você existir.

Taxistas usam a nova ciclovia como estacionamento

Motoristas se esquecendo das regras de transito



Há também o perigo de alguém abrir a porta de um carro estacionado em cima de você. E por último: ciclistas babacas, que tem aqui como tem em qualquer lugar. Por algum tempo eu reagia a tentativas de homicídio (é assim que eu encaro quando um carro passa raspando ou dirige diretamente em direção a mim) gritando e chingando e depois de passado o problema eu continuava puta. As vezes o dia inteiro. Então adotei uma postura mais zen que ainda permite uma certa vingançinha.

Sempre olhar pelo retrovisor
antes de abrir a porta
A grande maioria das pessoas que faz merda não sabe que está fazendo merda. Então, depois da tentativa de homicídio eu tento alcançar o carro num sinal fechado (o que normalmente não é nada difícil, já que eles estão parados no trânsito e eu não). Então eu peço para abaixar a janela e explico o que eles fizeram de errado e as consequencias do comportamento. 99% dos motoristas se surpreendem, pedem desculpas e prometem prestar mais atenção. Os 1% que me mandam à merda eu respondo com um sorriso: "que você siga com esse espírito incrível" ou "que seu dia continue nesse clima" ou "deve ser terrivel viver como você vive". E com um sorrizo eu vou em uma direção que eles não possam ir. Pronto. Vingança!

Por último, conversei no trabalho e tenho chegado 10 minutos atrasada todos os dias - e saído 10 minutos depois. Esses dez minutos me fazem escapar da hora do rush.

Bom, chega.
Tchau.


Essa não sou eu. Tenho medo de gelo e neve.



09/12/2015

Trabalhando em Toronto com Pós-Produção

Chegamos em Toronto em 2011 e, depois de um começo difícil, estamos trabalhando cada vez com mais constância. Éramos as duas editoras de vídeo no Brasil e estamos na mesma área aqui, por isso colegas brasileiros sempre perguntam como é o mercado de trabalho por aqui.

Infelizmente, mesmo que não exerçamos uma profissão regulamentada, não é tão simples arrumar trabalho. Existem muitas regras escritas e não escritas para se trabalhar por aqui. Uma rápida descrição dos desafios para aqueles que estão a procura de respostas:

1. Para trabalhar você precisa de um visto de trabalho ou ser imigrante ou ser canadense. Nenhuma empresa grande contrata alguém ilegal. Existem trabalhos por baixo da mesa, claro, mas a grande maioria desses trabalhos paga pouco / explora / é temporário. Então não vale a pena vir sem ter certeza de que pode trabalhar.

2. Existe uma lei trabalhista aqui que diz que só se pode contratar um estrangeiro se não existir nenhum canadense (ou residente permanente) que possa exercer a função. Então se você tem apenas um visto de trabalho, vai ficar lá no fim da fila.

3. Boa parte das produções canadenses contam com estímulo governamental. São isenções fiscais dados às produtoras para empregar mão de obra local. Para ser considerado mão de obra local é necessário, novamente, ser residente permanente ou canadense, residir na cidade onde a produção e ter pagado o imposto de renda daquele ano já na própria cidade. Ou seja, não adianta se mudar hoje para Toronto, por exemplo, e achar que já é residente da cidade. Tem que ter feito sua última contribuição aqui também.

4. Mesmo com todas essas barreiras o trabalho não é regulamentado e a grande maioria das pessoas é freela fixo. Sim, tão ruim quanto no Brasil.

5. Você é novo e não conhece ninguém. Ninguém te conhece. Pra piorar, você tem nome latino, talvez mesmo impronunciável. Tipo Mariana. E seu currículo não tem nenhuma produção gringa… Ninguém ouviu falar das produtoras brasileiras ou dos nossos canais de televisão. GNT? Record? Conspiração? O que é isso? Seu rolo está em português… com legendas. Para os canadenses você é praticamente um alien. Um alien com sotaque.

6. Vai ser muito difícil, senão impossível, arrumar emprego no mesmo nível que você tinha no Brasil. Você vai ter que reconstruir sua carreira. Você é editora, mas vai trabalhar de Logger.

Então, depois de saber de tudo isso, você ainda quer trabalhar por aqui. Como fazer?

1. Imigre. Como? Visite a página http://www.cic.gc.ca/english/ para como fazer.


2. Quando chegar, faça de tudo para conhecer gente. Aqui Quem Indica é tão poderoso quanto no Brasil. A maior parte dos empregos que tive foram por indicação. Bons lugares para fazer network são:
   - LIFT (LIAISON OF INDEPENDENT FILMMAKERS OF TORONTO)
   - The Directors Guild of Canada
   - Festivais de cinema como a TIFF, Hot Docs, Brazilian Film Fest etc.
   - Women in Film & Television (WIFT)

3. Atualize seu currículo para os padrões daqui. Não é simples. Aprenda o jeito que eles escrevem. Quando aplicar para um emprego, made uma carta de apresentação personalizada e um CV personalizado também. Preste atenção no que estão pedindo e use as mesmas paravras para se descrever. Uma vez respondi a um anúncio de trabalho que dizia, entre outras coisas que queriam alguém que soubesse after effects. Como eu não sabia mas queria o trabalho, escrevi na minha carta de apresentação que eu não dominava o programa, mas que sabia photoshop. Eu tinha outras mil qualificações para trabalhar naquele projeto e consegui a vaga.

4. Alem do networking existem alguns sites que anunciam empregos na área. A maioria voluntários, mas pra quem não tem nada realizado em inglês, pode ser uma:

  -  Mandy’s Film and TV Production Directory
  - Post Production Pro
  - A própria LIFT
  - Claro, tem o Craigslist.ca, mas a GRANDE MAIORIA dos posts é roubada.

5. Tenha um LinkedIn atualizado, bonitinho, limpinho e cheirosinho. Além disso, participe de grupos de discussão.

6. Aqui pode mandar emails e ligar para pessoas com as quais você gostaria de trabalhar, mesmo que vocês não se conheçam. Faz parte da cultura. Pra mim é absurdo, mas funciona. Chame para um café, para um almoço, pergunte se pode conhecer a empresa.

7. Se você for chamado para uma entrevista, leia o site da empresa, descubra como as pessoas se vestem e se portam e tente parecer com elas. Sério, já vi várias pessoas serem desconsideradas para um trampo porque não pareciam pertencer. Aqui mesmo onde eu trabalho, é uma produtora que faz muito documentário de Heavy Metal. No dia da minha entrevista, vim de preto e eu tava parecida com todo mundo. Uma colega veio pra entrevista de cáqui, toda comportada e dava pra ver que já na entrada olharam pra ela com desconfiança.

8. Crescer na carreira é difícil. E como no Brasil você provavelmente vai ter que mudar de produtora para ter oportunidade de crescer. Demora bastante. Ainda estamos trabalhando majoritariamente como assistentes depois de 3 anos no mercado de trabalho. Mesmo quando você edita seu nome dificilmente entrará nos créditos, afinal, você não tem nome. Além disso tudo muitas vezes os editores são escolhidos pelos exibidores e eles não gostam de nomes novos.

9. Aprenda Avid e Premiere. Avid é usado na maioria das grandes produtoras e Premiere nas pequenas. Eu nunca aprendi premiere, mas tá na lista. After Effects é um “plus a mais”.


Bom, essas são minhas dicas.
Espero que ajude alguém.



03/10/2015

Conversa com um motorista de taxi


Outro dia eu saí de casa super atrasada para o trabalho e resolvi pegar um taxi. Entrei no carro, dei o endereço e expliquei como chegar lá (acho que o motorista era novato). Logo reparei que o moço era imigrante, um senhor de barba longa, por volta dos seus 50 anos. Ele logo puxou conversa.


- Você está atrasadx?

- Muito, moço. Eu odeio chegar tarde.

- Ah, mas dias de chuva como hoje as pessoas se atrasam mesmo. Com o que você trabalha?

- Com televisão.

- Que legal! Posso perguntar de que país você é?

- Do Brasil. E você?

- Do Paquistão. E você veio para o Canadá sozinhx?

- Não eu sou casadx, e o senhor?

- Eu sou casado também. Tenho 3 filhos adolescentes. Você tem filhos?

- Ainda não.

- O seu marido não quer ter filhos?

- A minha esposa quer sim, futuramente.

Nisso o motorista fica em total silêncio.
Eu sabia que minha resposta iria chocá-lo. Ele era obviamente muçulmano e obviamente praticante. Mas eu não esperava pelo rumo que a conversa iria tomar.

- Olha, o senhor me desculpe o que eu vou dizer, mas o senhor é um moço muito bonito. Tão bonito que eu achei que era uma mulher.

...

- Eu sou uma mulher.

...

- Então eu acho que ouvi a senhora errado. Você disse que é casada com uma mulher?

- Sim.

- Mas.... Como?!

- Ué, a gente se ama.

Ele ficou desconcertado. Sério, acho que ele nunca conversou com uma mulher queer antes. Mas a reação dele, ao contrário do que meus preconceitos sugeriam, não foi de rejeição ou nojo ou violento em qualquer sentido. Foi de curiosidade.

- Olha, a senhora me desculpe, mas eu não entendo, não falta um homem na relação?

- Não.

- Mas a senhora já namorou um homem?

- Já.

- E gostou?

- Sim. Eu já tive alguns namorados.

- E casou com uma mulher por que?

- Porque eu me apaixonei por ela e ela por mim.

---


- Olha a senhora me desculpe, mas no meu país não tem isso, sabe? Eu já ouvi falar que tem homem que gosta de homem. Chama gay homem que fica com homem, não é? Aqui tem isso de mulher que fica com mulher também? Como chama isso?

- Tem sim. Uma mulher que namora mulheres é chamada de lésbica. E uma mulher que ama pessoas independente do sexo delas, como eu, é chamada de bissexual.

- Então você é bissexual? Gosta dos dois?

- Sim senhor!

Nisso a velocidade do taxi havia diminuindo consideravelmente. O sujeito então fez A PERGUNTA. Uma pergunta que eu já respondi muitas vezes, mas que hoje em dia eu mando quem a fizer plantar coquinho ou ver se eu to na esquina.

- Mas como uma mulher faz sexo com outra mulher?

- Desculpe, mas eu não vou descrever minha vida sexual para o senhor.

- Olha, me desculpa, eu só não consigo entender. Eu não quero me intrometer, entenda, mas como faz? Você não tem pênis! Eu juro que não quero desrespeitar a senhora, mas eu gostaria muito de entender.

Então eu saquei que havia ali a possibilidade de melhorar consideravelmente a vida de uma mulher - a dele. E, mesmo constrangida como eu estava, resolvi falar sobre prazer feminino com o motorista do taxi.





- A mulher sente prazer sem ser no buraco da vagina? ele perguntou. Tipo, a minha mulher. Ela sente prazer no buraco, não é?

- Provavelmente sim,  mas a vagina tem também o clitoris, que é aquela carne em cima do buraco. O clitores é para a mulher o que o pênis é para o homem.

- Mas o que eu faço com um pedaço de carne? Não sabia que tinha utilidade.


- O senhor tem que fazer carinho nele.

- Como?!

- Com as mãos, pode dar beijo...

- BEIJO?!?

- É! E as mulheres sentem lugares em outros lugares do corpo.


- Que lugares do corpo?

- Dependendo da pessoa o corpo inteiro!

- O CORPO INTEIRO?! Mas... mas... Como assim o corpo inteiro? Como eu vou saber do que ela gosta?

- Você vai ter que tentar fazer carinho em diferentes lugares do corpo dela, de formas diferentes e ver como ela reage.

- Mas onde você gosta?

- Isso não vem ao caso.

- É que agora eu estou confuso, sempre pensei que o prazer estava apenas no buraco... como é que mulheres dão prazer no corpo das outras mulheres?! Eu não entendo.

- Use as mãos, os lábios e a voz. Você pode perguntar pra sua esposa se ela gosta de alguma coisa.
Conversa com ela... Bom, eu fico aqui.

- Aqui mesmo?

- Sim, aqui.

- Olha, muito obrigado pela explicação, espero que a senhora não tenha ficado de ofendida.

- De modo nenhum. Espero que o senhor e sua esposa se divirtam muito juntos.

- Tenha um bom dia.

- Você também.

E entrei no escritório.

09/06/2015

Viagem para Detroit


Final de semana e a gente com aquele fogo que só passa se viajamos pra um lugar novo...

Semana passada estávamos entre ir para Cuba, Chicago, 1.000 Islands ou Detroit. Cuba era a favorita, mas teríamos pouco tempo por lá então não valia a pena, Chicago tava muito cara, principalmente por conta das passagens aéreas, 1.000 Islands dá pra fazer em qualquer final de semana, então decidimos por Detroit - que a gente sempre quis conhecer.

Detroit é uma cidade comumente associada à pobreza, crime, abandono, poluição, fábricas fechadas, desemprego e a casas que podem ser compradas a preço de banana.

E a verdade é que essa fama mesmo é o que mais nos atraia. Cruzamos a fronteira para descobrir se a fama condiz com a realidade.


RELATO DE VIAGEM

1o DIA

Partimos na quinta de manhã. Pegamos um ônibus que leva mais ou menos cinco horas de Toronto a Detroit e que foi a forma mais barata que vimos de viajar. Chegando na fronteira os guardinhas americanos fazem as perguntas de sempre... e mais algumas, acho que pra ver se eu estava mentindo. Depois de um pequeno interrogatório o guardinha, nesse momento já meu "colega", brincou comigo que eu, carioca, tinha ido morar em Toronto por conta da violência no Rio e agora ia passear em Detroit. Preventivamente me avisou que eu seria assaltada.

Vista da rua da rodoviária
Depois disso a chegada na rodoviária, que fica numa rua bem deserta, me deixou assustada e pegamos um taxi até o Hostel. DICA: negocie o preço da corrida antes E tenha trocado pra pagar, porque eles roubam MESMO.

Bom, chegamos no Hostel Detroit, onde fomos super bem recebidas. O hostel fica numa casa que foi reformada com ajuda da comunidade. Dentro dela, se vê quatro apartamentos que foram unificados no hostel. Lá se pode encontrar vários quartos comunitários ou privados, 4 cozinhas, 4 banheiros, salas de estar, sala de computadores, sala de filmes... Depois do Checkin, fomos passear pelas ruas da cidade.

O Hostel
Nosso quarto
De cara, fiquei impressionada. As ruas ao redor do hostel eram vazias, casas espalhadas aqui e ali, gramados mal cuidados. Caminhamos pela estrada quase vazia de pedestres. Descemos a Michigan Avenue em direção ao centro e a "rua movimentada" nos parecia quase deserta, em plena quinta feira. Chegamos ao centro mortas de fome e comemos MUITO MAL no HI e de la fomos dar uma volta. Claro que exageramos. Andamos tanto que nossos pés doiam loucamente. Na volta pro Hostel, já tarde da noite, mal tivemos forças pra tomar banho antes de capotar.

As ruas próximas no Hostel
Michigan Central Station
Me senti muito nos EUA passando por esse viaduto
Vista do viaduto
Michigan Avenue
Por todo lado Hortas Urbanas
The Book Tower

Monumento em comemoração à Estrada Subterrânea por onde escravos americanos
escapavam para o Canadá em busca da liberdade. Os prédios na frente são canadenses.
Delicia passear por aqui.
E descansar nessas espreguiçadeiras
Prédio da GM é assustador. Por dentro e por fora. Coisa de Ficção Científica
O People Mover custa 75 centavos e é um ótimo jeito
de ver o centro da cidade de cima
De dentro do People Mover
Demos algumas voltas pra descansar as pernas 
Greek Town
Lojinha no Greek Town
Em ruínas

2o Dia

Resolvemos alugar duas bikes no Hostel. A cidade é incrivelmente boa de pedalar. Não que a infra para bicicletas seja lá essas coisas, ou porque os motoristas sejam bem educados, mas porque as ruas são super largas e os carros são poucos. Além disso a cidade é toda plana e a maior parte das coisas que queríamos fazer ficava a 15/20 minutos de bicicleta.

Planejando o trajeto antes de sair do Hostel
Esse era o bairro onde estávamos
Casa abandonada
Lateral da Casa
Chegamos perto da Estação Central



Casinhas do Bairro

E uma fazendinha urbana
Mari num caso de amor e ódio com a bicicleta que freiava pedalando para tras.
De repente caiu uma chuva loca e fomos parar
nesse PUB ótimo chamado St. Cece
De lá pedalamos para o Museu da Motown que foi absolutamente emocionante.
Infelizmente o tour é MUITO rápido e caro, então faça o possível para ver tudo o mais rápido possível.
Infelizmente, eram proibidas fotos.
Mas lá dentro tem o estúdio original onde artistas como Marvin Gaye e Ray Charles gravavam.
Além da recepção fotos e mais fotos, filmes, roupas e adereços, dentre outras coisas.
Pedalando por ruínas achamos esse prédio.
Será que a palavra "piquete" de greve vêm daqui?




Resolvemos conferir o DIA, onde estava rolando uma exposicão do Diego Riviera e da Frida Khalo sobre o período em que passaram em Detroit, a convite dos Ford, para pintar um mural em homenagem à indústria automobilística.
Esse mural 
Coisa mais incrível


Pra encerrar a noite fomos no Boliche mais antigo da cidade
No qual fiz minhas poses incríveis e paguei cofrinho

3o DIA

Mesmo mortas, alugamos novamente as bikes pois queríamos explorar coisas longe do hostel.

Planejando o dia
Começamos aqui, no Eastern Market
Aqui se vende de tudo um pouco, flores, verduras e legumes, plantas, carnes, antiguidades 
Me impressionaram muito as flores
A Mari descobriu que as antiguidades são tão baratas
que vale a pena cruzar a fronteira só pra isso
Além disso ao redor há vários restaurantes.
Comi a melhor panqueca da minha vida em um deles
Em seguida fomos fazer o Free Walking Tour desses caras
Eles têm vários tours
Nossa Guia
Memorial ao Joe Louis
Guardian Building hall
Uma praia no centro da cidade


O people mover de novo
Cenário de filme

Almoço no Grand Trunk Pub, que fica onde
antigamente se vendiam bilhetes de trem
É lindo lá, mas não tiramos fotos. Alem da selfie, claro.
Depois pedalamos pelo Dequindre Cut para ir pro norte
Um lugar lindo e cheio de grafites maravilhosas 

Muito gostoso de pedalar por aqui


Chegamos no Heidelberg Project



As obras são muito bacanas
House of Soul

Algumas bem macabras
Infelizmente Tyree Guyton, o artista, nos pareceu meio babaca. Preferia não ter conversado com ele.
Outro artista localizado na mesma rua: Tim Burke. Com ele conversamos muito e gostamos a beça
Ele faz Raw Art 
Umas coisas bem bacanas, construidas com pedaços da cidade
Estávamos com fome e ele nos deu a dica de onde comer e beber cerveja boa.
Essa foi a primeira cervejaria de Detroit. Além de uma cerveja ótima, a comida é uma delícia.
E o bar é LINDO DE MORRER 
Eles usam produtos locais. E também têm um jardim no telhado

Eles plantam flores comestíveis, tomates, algumas folhas e temperos.

Têm até uma green house!
Logo em frente tem outra cervejaria
E a cerveja mais gostosa da viagem.

 4o DIA

Estávamos mortas. Acordamos moídas e atrasadas. Era dia de Parada do Orgulho Gay e queríamos ver o desfile, que começava ao meio dia. Infelizmente não deu - tivemos que comer e deixar as mochilas no locker da rodoviária e acabamos chegando às12:45 e o desfile já estava totalmente disperso. Acho que é tão pequenininho que deve durar apenas uns 30 minutos. Então fomos apenas na festa. Mas primeiro, fomos conhecer um estacionamento pra lá de luxuoso.

No 10o andar uma boa vista da cidade


Daí começamos a descer e descobrir as obras de arte em todas as paredes










FInalmente a Pride
Com direito a show da Tina Turner
Esses Drag Kings com essa menina fizeram o maior sucesso
Ganhando uma grana
No meio das barraquinhas encontrei
Daí o tempo fechou
Fomos ver um filme nessa prédio horrível
Chove chuvaaaaa 
Dentro do prédio parece Miami com esses coqueiros falsos
É isso. De lá fomos pra rodoviária e chegamos na segunda de manhã. Mortas e felizes.

Pra terminar, um videozinho