13/03/2015

Viagem à Europa parte 15 - Última parada, Reykjavik, Islândia


Sempre que eu falava pros amigos que ia pra Islândia, eles perguntavam: mas fazer o que lá?

Pois é. Eu mesma não sabia. Só sabia que havia essa companhia aérea chamada Icelandair que conectava a América do Norte à Europa, fazendo um hub em Reykjavik. Sabia também que a Bjork era de lá e que um amigo divertidíssimo que fizemos aqui em Toronto, um músico talentoso e engraçado chamado Svarvar, também é Islandês. Sabíamos que era um lugar pra lá de caro e que devia ser frio. Ah! e que tinha vikings.

Basicamente era isso.

Nós e o Svarvar, em Toronto
Ao desembarcar no aeroporto e pegar um ônibus que conectava para a cidade, tivemos o primeiro gostinho do lugar. Imediatamente eu e D. Mari nos apaixonamos. Eu queria morar lá. Decidi isso olhando aquela paisagem quase marciana.

De alguma forma aquela paisagem imediatamente nos lembrou o deserto do Atacama,
igualmente surreal, inóspito e mágico. 

Ainda no aeroporto de Londres vimos na previsão da aurora boreal que aquela seria a melhor das noites pra fazer um tour seria aquela mesma, então marcamos pela internet. 

Nosso quarto, alugado pelo airbnb

O apartamento é super central e o uso da cozinha é essencial num lugar tão caro.


Chegamos, largamos as coisas e fomos para o ponto de encontro, onde havia uma agência de viagens e já deixamos marcado o passeio do dia seguinte. Uma van nos buscou pontualmente e nos levou para um grande estacionamento onde haviam vários ônibus e vans. Entramos em um ônibus tão lotado que nem pudemos sentar juntas. A viagem, de mais ou menos 1 hora, até onde veríamos a aurora boreal foi bem tranquila. Uma guia divertidíssima falava um pouco da cidade, da Islândia, da ciencia por trás do fenômeno, dos mitos e lendas islandeses, etc. Nós ficamos bem satisfeitas com isso. 

O ruim foi que eram 4 ônibus lotados, que nos levaram para um lugar não muito longe da cidade, onde havia um bar e um farol, ou seja não era muito escuro. Nos disseram que ficaríamos até a meia noite lá, mas antes das 11 um dos guias (devia ser o chefe dos guias) reaolveu que já tava bom e tivemos que ir todos embora. Ficamos chateadas com isso.

por outro lado, VIMOS A AURORA!!!

Tipo sonho realizado
O certo é ir para um lugar completamente escuro, então pretendemos fazer outros passeios pra ver de novo.

A lição que aprendemos foi: ande em grupos menores e faça as excursões mais caras, aquelas de jipe ou barco, ou à cavalo ou qualquer outra que te leve pra longe.

No dia seguinte acordamos antes do sol para nosso segundo tour: The Golden Circle.

Sol nascendo e a gente esperando

Dessa vez fomos em um micro ônibus. O motorista era gente finíssima e muito sarcástico. Novamente falou de história, política, economia, agricultura... os guias da Islândia dão de 1000 a zero em guias de outros lugares.

Motorista foda. Coisa interessante: eles nao aceitam gorjetas. Se ofendem até.


Nossa primeira parada foi em uma pequena cidade onde havia uma infinidade de green houses. O guia nos explicou que a Islândia usa a energia termal, absolutamente barata, para a agricultura e, dessa forma são capazes de plantar tomates o ano inteiro por lá.

Plantações vistas da janela do ônibus

Na primeira parada, um café construído em cima de uma fenda. A lava é de mentirinha.

Cachoeira
Aviso aos navegantes

Geyser

Aprendemos que a palavra Geyser é a única palavra islandesa que é usada no mundo inteiro

O pessoal espera a explosão de água de mais de 10 metros de altura

Tinha um morro pra gente subir

Daí a gente subiu

E a paisagem era essa

Mais cachoeira
No nosso micro onibus havia um grupo de ginastas holandeses e seu professores absolutamente chatos.
Odiamos eles. Eles também odiaram a gente - fizemos questão.

Paisagem

Uma loucura

No caminho paramos para conhecer esses cavalinhos incríveis

A última parada do passeio foi no parlamento viking, o centro político da Islândia antiga. Ele fica exatamente na junção entre as placas continentais da América e da Europa. Pois é, a Islândia, na verdade, é dividia em dois.

Entre duas placas continentais
Placas explicativas por todos os lados. Pena que não dava muito tempo pra ler



Dá pra ver essa pedra na explicação abaixo


Aqui se afogavam bruxas
Vista de cima da falha geológica

Ovelha negra

Nosso ônibus

De noite fomos tomar uma cerveja
Que custa 10 dólares cada. Pelo menos não tem que pagar nem imposto, nem gorjeta em cima!

No dia seguinte estávamos muito cansadas e com pouca grana. Chovia, fazia frio e decidimos fazer um walking tuor gratuito (gratuito significa que você dá uma gorjeta no final, pois o cara vive disso) pela cidade. Foi ótimo. O moço falou de política, histórias, lendas e contou muitas piadas. Uma coisa que achei admirável foi que, sempre que contava algum fato político ele mostrava que estava contando sob o ponto de vista de um cara de classe média, com uma familia que acreditava nisso e naquilo. Tipo: sou parcial, o que eu estou dizendo não é A verdade. Muito bom.



O grupo não parava de crescer


ruazinhas fofas


famosa catedral da cidade
No fim do passeio estávamos mortas de fome e fomos comer no cachorro quente indicado pelo guia. A fila era gigante, mas vale a pena. Tem alguma coisa maravilhosa naquele cachorro quente. Peça dois. Peça 4. Ainda por cima é a única coisa barata que você vai comer em Reykjavik!


Melhor cachorro quente do mundo segundo Bill Clinton. Eu concordei.

Nessa noite resolvemos explorar uma das termas da cidade. Decidimos ir à Laugardalslaug, uma mistura de termas, piscinas para nadar e parque de diversões. O lugar ficava longe de onde estávamos hospedadas e nos perdemos um pouco para chegar. Quando chegamos, era a porta do inferno. Havia uma fila louca de adolescentes - todas ginastas - de todos os países da Europa. Todas adolescentes. Todas histéricas. Então quando entramos descobrimos que, diferentemente da Hungria, onde nas termas haviam cabines individuais para se trocar, nesse lugar tínhamos que tirar a roupa na frente de todo mundo. E para entrar na piscina precisávamos tomar um banho - peladas - na frente de todo mundo. E tinha uma inspetora vigiando se você tinha tomado banho mesmo. E tinha todas aquelas adolescentes.

Aff

Fomos para a piscina e aproveitamos, relaxamos, etc. Na saída, depois de tomar banho, a inspetora checa se você está bem sequinha antes de entrar no vestiario.

pois é.

Depois dessa eu e Mari estamos ótimas nessa coisa de ficar pelada em vestiários. Perdemos totalmente a vergonha.

Não. Não há fotos desse momento.

Nesse momento aproveito pra mostrar as placas incríveis da Islândia

Olhe sempre pros olhos de sua filha

Peitos a frente

Homem boiando à direita

60 km/h sem trator

Cuidado com o ângulo reto

Não desperdice dinheiro

Cuidado com o inferno

Simplesmente tenha cuidado!

Na porta de um bar

No menu de um restaurante




O dia seguinte seria nosso último, tanto em Reykjavik quanto na viagem como um todo, e compramos um último tour que nos levaria do centro da cidade para a Blue Lagoon e de lá para o aeroporto.

O lugar é um spa, super caro (tipo uns 50 dolares por pessoa só para ter acesso ao basico), mas vale a pena. A lagoa é absolutamente surreal, a água uma delícia, tem lama pra esfregar na cara, tem um bar que vende cerveja dentro da piscina, tem cachoeirinhas e pessoas bacanas pra bater papo.

Imperdível.

Tem um lugar pra deixar malas logo na entrada

Me senti um astronauta na Lua





Tipo absurdo

E uma delícia


É isso pessoal. Esse foi o fim da aventura. 
A Islândia se tornou um dos meus lugares favoritos. 
E se me perguntarem se eu quero voltar, digo que sim, correndo!
Pra fazer o que?
Oras! faltou fazer tanta coisa!
Faltou conhecer os glaciares, dirigir um carro, andar a cavalo, andar de barco, acampar, nadar de noite, ver a aurora boreal de verdade...









E faltou ver o Svarvar que não estava na cidade.
Quem sabe na próxima?