23/11/2012

Mudança - parte 01: PROCURANDO APARTAMENTO


Acabei não falando da mudança aqui no bloguinho, mas acho que é válido contar, pois tenho algumas dicas a respeito que poderiam ter me ajudado quando estava procurando apartamento, na saída do apartamento antigo e no transporte dos pertences. Então vou dividir aqui.

Parece fácil, mas é difícil.
Procurar um apartmento é um full time job. No começo é divertido, has depois de uma, duas, três semanas, você para de querer achar um lugar bacana para morar e passa a querer achar QUALQUER lugar ok para morar.



Planilha de planejamento de visitas a apartamentos


A rotina de quem procura casa é mais ou menos assim: Acorda e todos os dias checa os anúncios dos principais sites.

craigslist.ca, Kijiji.ca, viewit.ca, padmapper.com, myhood.ca




Se gostar de alguma coisa, manda email o mais rapidamente possivel e com um texto bacaninha, para que eles gostem de você logo de cara.
Se tiver telefone, liga imediatamente e tenta marcar visita.

Outro método é andar pelas ruas procurando placas de aluga-se e do Viewit, que é super comum por aqui.

Os landlords normalmente marcam um dia específico no qual eles estarão mostrando os apartamentos de uma vez para todos os interessados. Então é normal que você entre em uma casa e lá tenha outras 30 pessoas olhando. As visitas são feitas normalmente em apartamentos ainda habitados, então você tem que imaginar como é aquele espaço vazio. Depois de ver o apartamento você recebe um formulário para preencher com seus dados e entregar para a pessoa que está mostrando o apartamento.

Como são muitas as pessoas que vêem o apartamento ao mesmo tempo, fomos aos poucos desenvolvendo métodos de sermos lembradas e chamar a atenção.
1 - Chegar o mais cedo possível, a pessoa ainda está descansada e sabe quem você é. Com o passar das horas o tumulto acontece e fica mais difícil ser lembrado;
2 - Tenha a mão todos os documentos: identidade, credit history, comprovante de trabalho, SIN number;
3 -  É sempre bom ter uma lista de nomes e telefones de pessoas que podem falar bem de você. Pode ser amigos e familiares, mas o melhor são antigos landlords e chefes;
4 - Se possivel tenha cartas de gente do trabalho ou do seu landlord dizendo que você é bacana, paga tudo em dia, é confiável, essas coisas;
5 - Faça uma cartinha pessoal para seu possível futuro landlord. Diga para ele as razões pelas quais ele deve te escolher. Uma amiga aqui de Toronto me deu essa dica e dá pra ver na cara deles que eles ficam felizes em receber isso. Na nossa carta tinha uma apresentação fofa, falava de como não fumamos, não temos animais de estimação, que gostamos de plantas e não temos problemas em ajudar a tirar o lixo, por exemplo. Como pagamos tudo sempre em dia e, se possível, antes mesmo da data. De como seriamos as melhores pessoas para morar lá. Besteira? É. Mas ajuda. Dá aquele "plus a mais".

Atenção: Há uma estratégia escrota que rola aqui com a qual não concordamos que é oferecer mais dinheiro do que está sendo pedido. Muita gente faz isso e imagino que funcione.

Condomínios de muitos apartamentos podem ser mais fáceis de alugar. Pelo menos se você tiver com os seus documentos em dia. Mas atenção redobrada: boa parte deles está infestada de pragas.
A dica, que já dei antes, é sempre verificar o endereço de qualquer lugar no http://bedbugregistry.com/
Embora o nome sugira um registro de BedBug (percevejo) apenas, ele dá outro tipo de dicas: ratos, baratas e moradores esquisitos.
Há prédios de apartamentos aqui onde tudo é lindo e maravilhoso e outros onde o cara que pede um trocado na esquina para fumar crack será seu vizinho de porta. Por isso, é sempre bom pesquisar o histórico do prédio.




Outra boa ideia é checar o endereço no WalkScore.com onde você pode ver as amenidades próximas ao endereço, como parques, pontos de ônibus, lavanderias, escolas, livrarias, cinemas... ou seja, dá pra saber se é ou não bem localizado ou no fim do mundo. Para você ter uma ideia, o Walk Score do nosso apartamento antigo era 55, o nosso novo é 90 - um paraiso para pessoas caminhantes.





Eu e D.Mari não tivemos sorte.
As casa que vimos eram ou horríveis, ou caras, ou com zilhões de pessoas querendo. Nosso nome nunca era o escolhido.
Perdemos um apartamento porque a data de mudança era um mês antes da nossa data de saída (muita gente não se importa e se muda mesmo tendo que pagar dois alugueis - o que importa é arrumar um lugar), outro porque o dono era croata e todos os concorrentes eram croatas também, outro porque o dono do apartamento ficou indeciso entre nós e outras pessoas e marcou de irmos na casa dele, num domingo as 10pm, para preencher uma ficha, conhecer o filho dele e duas outra inquilinas que iriam ajuda-lo a decidir quem era melhor para viver naquela comunidade. Entre as perguntas do formulário estavam o que costumamos ver a internet e se iríamos usar o jardim, como e quanto. Tipo em horas por semana. Nem preciso dizer que dessa vez fomos nós que saímos correndo.
E os prédios… bom, os que podíamos pagar eram prédios antigos que tinham histórias de horror no BedBugRegistry, então nem fomos visitar.





Rodávamos as ruas um dia, de bicicleta, procurando por anúncios do lado de fora quando vi uns construtores portugueses trabalhando num telhado. Resolvi parar a bike e perguntei: "os senhores sabem de algum apartamento para alugar nas redondezas?" Um deles veio conversar comigo e eu expliquei que estava difícil. Eu já tinha ouvido falar que o jeito mais fácil de procurar é falando com portugueses, pois sempre sabem de quem esteja precisando de inquilinos,  então resolvi arriscar. O moço me falou para procurar os classificados de um jornal chamado "família portuguesa". Que lá sempre tinha anúncio.

Bom, dois dias depois conseguimos um exemplar em uma loja de produtos portugueses e lá havia tipo 4 anúncios de casa.
Uma muito longe.
Uma muito cara.
Um basement.
Um apartamento de três quartos, com tudo incluído, em downtown, por um preço inacreditável. Ligamos.

A moça que nos atendeu disse que infelizmente ia mostrar o apartamento naquele mesmo dia. Mas que se as pessoas nao gostassem do apartamento ela me ligaria de volta.
Duas horas depois me ligou, revoltada: pela 3a vez ela marcava de mostrar e ninguém aparecia nem ligava para avisar que não iria.
Eu disse a ela: posso ir amanhã mesmo, posso levar meu talão de cheques e quaisquer documentos que a senhora precisar. Eu juro que não irei furar. Posso inclusive telefonar para a senhora antes de sair, assim terá a certeza de que não vou desaparecer.


Eu e D.Suzana, vulgo mamãe, na frente de casa

Marcamos e no dia seguinte viemos ver nosso apartamento.
Eu e Mari estávamos já esgotadas de procurar e combinamos: se for ok, pegamos. Se for problemático e tiver solução, pegamos também. Só não pegamos se for uma merda ou se for deprimente.
Chegamos 15 minutos adiantadas, todas arrumadas e cheias de documentos em mãos. Tina nos encontrou na porta. Ficou visivelmente feliz de ver que não furamos.
A entrada do apartamento é meio assustadora: no primeiro andar há um típico "altar português" com fotos de familia e imagens de santos que dá nos nervos, mas subindo as escadas nossos olhos brilharam: o apartamento era lindo! Precisando de ajuste e cheio de coisinhas um pouco estranhas (tipo ele é completamente desnivelado) mas uma gracinha. Na mesma hora dissemos que queríamos. Ela marcou um outro dia para conhecermos o irmão dela, que é a figura responsável por cuidar da casa e fechar o contrato. E garantiu: a casa é vossa.


Vista da minha cama, no outono

QUERIAMOS MORRER DE FELICIDADE!!!

Alguns dias depois, contrato fechado e, desde que nos mudamos em setembro, estamos cada vez mais felizes com a nova casa.
Pena que, em breve, vamos ficar sem ela por alguns meses.
Mas é por uma boa causa: estamos de viagem marcada para a  América Central e Brasil.
Serão três meses de férias do Canadá. Merecidas férias, que essa vida de imigrante é dura.

Depois falo do caminhão de mudança.

12/10/2012

O aborto e a coluna "erótica" do jornal gratuito

Me parece chocante, mas no Brasil o aborto não é só um assunto tabu, é também crime.
O aborto no Brasil só é permitido à mulher em caso de estupro, de risco de vida para a mulher e (novidade) em caso de fetos anencéfalos.
Mesmo nesses três casos, a mulher que quer abortar precisa esperar muito tempo para ter o embrião retirado. Muitas vezes durante essa espera passam-se meses e perde-se a oportunidade ficando a mulher obrigada a continuar a gestão até o fim.
As outra mulheres que não tiveram "a sorte" de estarem nos três casos previstos são obrigadas a recorrer ao aborto ilegal, muitas vezes morrendo em decorrência disso. São milhares de mulheres mortas por não terem direito à escolha, por não terem o direito à gerir seus corpos.

O nome do movimento contra o aborto se chama pró-vida (vida do embrião, não da mulher) e do movimento pró-aborto é pró-escolha.
Antes de mais nada quero dizer que sou pró-escolha e acho um ABSURDO que essa discussão ainda exista no Brasil e que muita gente (incluindo aí parentes meus) comparem uma mulher que realiza um aborto a um criminoso como um ladrão ou um sequestrador ou assassino. Mas é assim no Brasil. Ainda.

Aqui no Canada a coisa é diferente. O aborto é legalizado e, se você for contra o aborto, não faça um.
(assim como se vc for contra o casement gay, não case com um gay. Mas se você quiser casar, pode ir lá no City Hall e fazer a festa mais linda que o dinheiro pode pagar)

Toda quinta feira é distribuído pela meu jornal favorito, a NOW, que é uma publicação gratuita que trata principalmente de cultura, mas também de política e outros assuntos. Na última página fica minha sessão favorita: Savage Love. Dan Savage, o editor da coluna, responde a cartas sobre questões (normalmente) sexuais dos leitores. As questões são as mais variadas e muitas vezes hilárias.

As pessoas perguntam sobre posições sexuais, taras, falam de situações vividas e contas as histórias mais esdruchulas que você pode imaginar.
Mas de uns tempos para cá, notei que cada vez mais a coluna está politizada.

Outro dia, por exemplo, uma leitora escreveu para dizer que ela considera uma perda de tempo sair com qualquer homem que não seja feminista. Ela explicava: todos os homens querem sexo. Eu também quero sexo. Só que quando o homem não é feminista e a gente transa ele automaticamente me chama de vagabunda e nunca mais aparece (pra depois ficar reclamando que não acha mulher para namorar). Quando o homem é feminista a gente transa. depois transa de novo e de novo e… se o negócio engata o namoro é uma delícia.
Hoje uma mulher expõe uma dúvida incomum: ela namora um cara há sete meses. Ele é fofo, atencioso e tudo o mais, mas outro dia, durante uma conversa, ela descobriu que ele é contra o aborto. Embora ele não diga em voz alta que o aborto deveria ser banido, ele disse que acho que o feto é um ser que têm direitos iguais aos dele. A pergunta dela: eles devem terminar? Ela pergunta isso porque depois dessa conversa já não o olha com os mesmos olhos.

Pra você ver: no Canadá um homem dizer para a namorada que é contra o aborto é um "deal breaker". Demonstra que ele não acredita que a mulher têm o direito de escolha sobre o que acontece dentro do próprio corpo. Ser pró-vida aqui é ser machista é diminuir o poder da mulher.

Dan Savage propõe que ela faça um teste: diga para o namorado que está grávida e sente com ele para planejar o resto da vida deles (juntos ou separados, tanto faz). Ele diz que provavelmente o rapaz muda rapidinho de ideia. Mas continua: para ele, mesmo sendo gay, se ele descobrisse que o cara que ele está namorando é contra o aborto, separaria imediatamente dele porque ele é um idiota. E continua: se você é contra o aborto, você deveria ser contra qualquer método anticoncepcional, pois ele também é abortivo. E se você é contra isso… bom, você é, na essência, contra sexo. E porque alguém namoraria um babaca assim?

Palmas para ele e para a sociedade canadense que acreditam na emancipação feminina.

Para ler a coluna dele na íntegra é só clicar aqui.

16/09/2012

Queen West Art Crawl

Estava sozinha em casa em nosso novo apartamento, arrumando que nem doida a bagunça, as caixas, os livros, a louça, quando lembrei que estava acontecendo o Queen West Art Crawl aqui pertinho de casa. Peguei a bolsa e saí correndo para aproveitar o final da tarde.

O Queen West Art Crawl é uma feira de arte ao ar livre que acontece anualmente no Trinity Bellwoods Park desde 2003. O parque é uma delicinha e fica no coração da West Queen West, uma parte da cidade repleta de artistas. Minha nova casa é a 10 minutos andando de lá, o que me deixa muito feliz. Nesse parque acontecem diversas atividades ao longo do ano, incluindo um Farmers Market, que é febre por aqui.

O Art Craw é uma mistura de tendinhas de arte (esculturas, pinturas, fotografias, joias e mais um monte de coisas), traillers e barraquinhas de comida e um festival de música. Perfeito para se passar um dia inteiro.



Tentei cooptar dois ou três amigos para ir comigo na feira, pois D.Mari teve que trabalhar, mas acabei tendo que ir sozinha. Na verdade acabou sendo bem mais prazeiroso. Eu estava na pilha de conversar e comecei a parar nas barraquinhas de artistas cujos trabalhos me chamavam a atenção e a puxar papo sempre que eu notava que eles não estavam "atendendo a clientes". Foi uma experiência super bacana.

Minha primeira parada foi na barraquinha de Candace Osborne, uma moça super fofinha que eu e D.Mari havíamos conhecido no ano passado, na mesma feira. Daquela vez o trabalho dela nos havia chamado a atenção por nos lembrar da série Rabbits, do David Lynch. Ela lembrava não exatamente de mim, mas da sugestão do filme e contou que adorou assistir a Rabbits.


Conversamos rapidamente e perguntei a ela de onde vinham essas cabecas de animais e ela me explicou que associava cada animal a uma personalidade e que gostava de brincar com as interações entre os personagens que criava.

Andando mais um pouco notei uma barraquinha cheia de robozinhos fofos. Tenho uma certa tara por robôs e monstros e não resisti a dar uma paradinha para conversar com o moço simpático sentado num cantinho.

Andrew Duff se sentia preso à uma realidade imutável em seu trabalho. Como se fosse parte da engrenagem de uma grande fábrica. Começou a desenhar robôs agressivos e, depois de muito desenhá-los, começou a usá-los para sonhar com uma libertação.



O hobbie acabou tomando uma dimenção muito maior do que a esperada e, embora ele não tenha largado o emprego, conseguiu chegar a melhores termos com ele e hoje se sente mais feliz.

Em seguida notei uns desenhos bem interessantes de coffe shops de Toronto. Os coffe shops estão para Toronto como os bares pé sujo estão para o Rio. Com a diferença de que eles não estão fechando e se transformando em outra coisa. Como eu mesma trabalhei em uma uma cafeteria, infelzimente de rede, os desenhos logo me chamaram a atenção.



Assim que tive uma oportunidade puxei papo com o artista, que estava cercado de gente o tempo todo.

Will Wong me contou que não aguentava mais seu "day job" e um dia resolveu pedir demissão. Sem dinheiro e morando num apartamento super frio passava as tardes em cafés da cidade, desenhando os cenários que via para passar o tempo. Quando juntou 30 daqueles desenhos decidiu que podia fazer uma exposição daquilo como uma "série"e desenhou outros 100 cafés. Como resultado ele tem um retrato muito bom da personalidade da cidade e uma imensa aversão a cafés. Me contou que lembra de tudo que acontecia à sua volta enquanto desenhava. Me contou algumas histórias. E me disse que só o cheiro do café o lembrava desse momento difícil da vida e por isso evitava passar sequer perto. Rimos um pouco e fui explorar mais da feira.

Andando mais um pouco notei uma placa que dizia "artista eclética" e logo entrei na barraquinha. Encontrei-a cheia de bordados, colchas de retalhos, vidros decorados e jóias. No balcão, uma moça super simpática me encarava. Puxei papo.



Katie McLellan era webmaster. Passava a maior parte de seu dia num escritório fingindo estar ocupada, porque seu trabalho não demandava muito dela. Depois de pagar pelos estudos, vendeu tudo e passou um ano viajando. Na volta resolveu que iria trabalhar com roupas e pdiu para a mãe ensina-la a costurar. A mãe disse que, antes de aprender a fazer roupas ela deveria aprender a fazer painéis simples de tecidos, o que ela achou que seria "boring". Mas depois de fazer dois ou três se apaixonou e a partir daí expandiu os conhecimentos e agora faz todo tipo de coisa e vive de arte. Quando eu disse "você está vivendo o sonho"ela sorriu e concordou. Disse que espera que dure.

Andando mais um pouco tive que parar em ernte de umas imagens de paraquedas que me chamaram imediatamente a atenção. A conversa com a artista foi breve, pois muita gente parava ali para conversar e comprar e eu não queria ficar no caminho.

Allyson Payne usa cera de vela em seus quadros. As texturas são incríveis e fiquei muito feliz com ela me deixar tocá-los. A série Parachutes me deixou emocionada. Ela me falou que pensava neles como escapes, mas também em como as perspectivas mudam quando estamos distantes e quando nos aproximamos de novas realidade.




Minha última parada foi no estande de Julia Hepburn. Eu tinha passado por ele diversas vezes, mas não tinha encontrado a artista lá e estava excitada para conhecê-la. Seu trabalho se destacava na feira pela estranheza e beleza das imagens. Eram miniaturas de contos de fadas em caixas, dentro de objetos, imagens muito dark e inusitadas.



Finalmente vi uma menina sentada ao lado das esculturas. Uma moça novinha e aparentemente muito tímida estava lá sentada num canto olhando as pessoas que observavam suas obras. Me aproximei e elogiei seu trabalho e pedi que ela me falasse um pouco sobre ele. Ela ficou super feliz de me falar de onde vinha a inspiração para cada uma de suas obras. Basicamente ela brinca com lendas e histórias de fadas e as usa para criar as suas próprias. Relutou em me falar da inspiração por tras deles individualmente pois acha que cada um deve interpretar a sua maneira. "Arte é tipo isso mesmo, né?"eu disse. Ela abriu um sorriso e falou: "tá bom, vou te contar o que me inspirou nessa aqui" e depois fomos uma a uma cobrindo cada uma das obras. Uma delicia o papo e a moça uma fofinha.

Fechou minha tarde maravilhosamente.

E nada como voltar pra casa na luz do outono que, mesmo que não esteja oficialmente por aqui, já bate à porta.



23/08/2012

1 ano em Toronto

Faz um ano que chegamos com 4 malas em um hotel mequetrefe aqui de Toronto.
Viemos de NY sem saber muito o que esperar da cidade. Depois da nossa primeira tentativa frustrada de morar em Vancouver, não sabíamos o que esperar daqui. Achávamos que as coisas poderiam ser melhores do que lá. Achávamos que teríamos mais oportunidades. Mas ó isso.
Na chegada, logo ficamos com medo. O avião fez um contorno pelo Lago Ontário e achamos a cidade pequena, cheia de casas, sem muitos edifícios. O hotel era numa parte muito feia do centro, do lado de ponto de drogados e hospícios. De cara, tivemos aquele arrepio de que não iríamos gostar de nada.
Mas em poucos dias achamos uma casinha bem bonitinha, um pouco afastada, mas bem bacana (essa da qual eu reclamo repetidamente por conta da landlady que é dos infernos). Logo começamos um curso para imigrantes de inglês e atendimento ao cliente. Achamos que isso poderia nos ajudar a achar um emprego temporário e nos ocupar nos primeiros tempos.
O curso era horrível e eu larguei no meio. Mariana seguiu mais um pouco, mas descobriu que isso de atendimento ao cliente não é mesmo para ela.
Eu consegui um emprego de barista no second cup, onde achei que fosse ficar no máximo 4 meses e acabei ficando 7. Mariana pegou um trampinho numa produtora picareta. Coisas que nos ajudaram a passar os primeiros meses e a fazer amigos.
No começo a grana apertou e pedimos ajuda ao governo. Ele ajudou! Incrível! A mesadinha que ganhamos foi suficiente para pagar o aluguel e nos proporcionou paz de espírito. Agora devemos sair dessa ajuda. Segundo nossa “case worker”, somos um caso de sucesso como poucos.
Fizemos cursos na nossa área num lugar bacana chamado LIFT e acabamos conhecendo mais gente. Com a ajuda dessas pessoas e de muita social que andamos fazendo, fomos conseguindo nossos primeiros trabalhinhos na área. No momento, nós duas estamos trabalhando em produtoras grandes. As duas como assistentes e no horário noturno, mas felizes de ver que é possível entrar no mercado de trabalho aqui. Mesmo com nossas muitas deficiências lingüísticas e com ainda poucos conhecidos na cidade. E mesmo tendo que nos adaptar a outras formas de trabalho e a um programa novo (o AVID).
Semana que vem, mais uma revolução: Sairemos do nosso atual apartamento em Swansea e iremos morar no centro, mais precisamente no Entretaiment District, bem pertinho de todas as produtoras. Estamos excitadas e estressadas que mudança aqui se mostrou todo um desafio à parte, mas falarei disso em outro post.
Esse daqui é mesmo para comemorar como a vida passa rápido e como rapidamente nos apaixonamos pela nossa nova cidade.

1 ano de Toronto: Parabéns pra nós.

10/07/2012

O nervoso dos brasileiros


Desde sempre ouvia meus amigos e conhecidos viajados falando mal de brasileiros no exterior. Por algum motivo maluco eles sempre falavam que evitavam esse e aquele lugares porque "era cheio de brasileiro" e eu sentia nesse tipo de comentário um certo complexo de superioridade em relação a outros brasileiros. Como se a pessoa que contasse a história se achasse melhor, mais europeu, mais chique, que a ralé do nosso país, e isso me causava profunda irritação.

Não é que, de repente, agora com quase um ano morando fora, começo a adotar um certo horror de encontrar conterrâneos na rua?
Será que estou me tornando uma besta?

A verdade é que brasileiro é um povo cheio de mania chata e eu nunca tinha percebido. As vezes dá nervoso, às vezes vergonha.
Antes que vocês me odeiem deixa eu me explicar:

Você está andando por um parque. Há uma placa: "Não alimente os animais" e tem uma galerinha às gargalhadas dando tostitos para os esquilos. Advinha de onde eles são?

Você vai ao zoológico. Há um aquário com cobras. De repente alguém começa a bater no vidro pra ver se a cobra reagem. Advinha de que país esse ser humano é?

No museu, que familia é aquela tirando fotos com flash de obras de arte de mil anos de idade?

Mas nem era disso que eu estava reclamando, até porque, embora muitas vezes eu veja esse tipo de comportamento estúpido em brasileiros, nós não somos os únicos.
O que me irrita mesmo é essa mania de brasileiro de achar que, só porque o ser humano ao lado é brasileiro também, ele tem que te tratar como se vocês fossem amigos de vida inteira.

Se você está no ônibus viajando e conversando em português e algum outro brasileiro te escutar, grandes chances de ele mudar de lugar pra ficar perto e puxar papo e interromper qualquer assunto.

Se você está ao celular na rua e um brasileiro te escutar, ele te segue, espera você desligar e puxa assunto, inclusive quer saber com quem você estava falando (outro brasileiro aqui? sério?)

Se você está numa reunião de trabalho num restaurante e fala, em inglês mesmo, algo sobre o Brasil, o brasileiro na mesa ao lado vai perguntar se vc é brasileiro, vai querer dicas de como faz pra imigrar pro Canadá. como trazer a familia,  como arruma trabalho e vai achar que é sua obrigação convidá-lo a sentar na mesa com você.

Se você der informação na rua para um brasileiro ele vai querer teu facebook.

Então eu, nesse momento ha 1 ano fora, faço de tudo para evitar que brasileiros na rua.


Se ouço português no ônibus, passo a falar bem baixinho, pra que eles não me percebam. Se der, mudo de lugar.
Se vejo um na rua, corro pro outro lado.
Vou vendo aquelas camisas verde e amarelas passando (pq brasileiro adora camisa verde e amarela? haja paciência) e vou desviando o quanto posso.
Quando não tem como escapar, falo inglês, puxo num sotaque francês (ou latino, ou qq coisa), mudo de assunto e torço para que eles não percebam que viemos do mesmo país, porque senão…

Não sei se tenho mais vergonha deles ou de mim.



Outro dia um amigo (brasileiro também) tava me explicando o que é vergonha.

Ele disse: Bárbara, você sabe o que é vergonha? Vergonha é você morar um tempo fora, ir para o Rio de Janeiro de férias, sentar num buteco, pedir um cafézinho e, quando o moço te tras o cafézinho você diz: "Ténk iul". Isso sim é que é vergonha.



É. Acho que ele tem razão.



08/06/2012

O Belo e o Feio de morar no mesmo prédio que o dono do apartamento

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O Belo:
Eles confiam em você com mais facilidade. Pedem menos comprovações de renda, pois estão do lado para cobrar. Os apartamentos costumam ser bem conservados.

O Feio:
Eles enchem a porra do saco.



Pois é. Enchem mesmo.

Quando mudamos para nosso atual endereço, um basement com janelas grandes e apartamento lindão, nos comprometemos a pagar em dia o aluguel. Nosso contrato, como é comum aqui no Canadá, prevê que, para sairmos do apto temos que dar 2 meses de antecedência. Tb prevê que hospedes por mais de 24 horas devem ser comunicados à Dona (prédio familiar), que é proibido fumar, que para ela entrar aqui dentro, deve dar 24 horas de aviso prévio, entre outras coisas.

Quando mudamos, parecia um sonho. O apto é realmente uma fofura, espaçoso, talvez o apartamento mais legal no qual já morei. Quando chegamos, havia na nossa geladeira uma cesta de frutas, legumes e vegetais. Alguns talheres e panelas em cima da bancada. Uns móveis usados que podíamos pegar emprestados, um cobertor, lençóis e outras coisinhas que ela deixou pra gente “para que não chegássemos sem nada”.

Achamos uma graça e ficamos até emocionadas.

Dona Cocota, como a chamamos agora para não falar o nome dela alto, nos recebeu como se fossemos da sua família. Disse que tinha algum trauma causado por inquilinos antigos (viciados em crack, segundo ela), mas que parecíamos boa gente.

O Arranjo do prédio é (era) o seguinte: Nós no basement, Dona Cocota no 1o andar e sua filha + namorado no 2o andar.

Nos primeiros meses tudo era festa. O casal nos convidou para passearmos com eles (mas foi um saco), para churrascos no quintal (que não fomos, mas tudo bem). Dona Cocota nos chamou para festas de família na sua casa. Fomos e ficávamos sentadas num cantinho ao lado da mesa de comida, naquela situação “coloca o que pode na boca para não ter que falar nada com essa gente esquisita”. Os parentes de dona Cocota, todos imigrantes chineses, olhavam pra gente com uma certa pena dessas duas brasileiras que, certamente, deviam ser pobres pois comiam sem parar. E eles, sem ter muito o que dizer, enchiam nossos pratinhos com mais comidas. Ficamos tipo 1 horas e saímos fugidas, para nunca mais.

Todo dia dona Cocota batia em nossa porta uma ou duas vezes, trazendo comidinhas e quitutes. No começo era fofo, depois começou a irritar. Todo dia ela vinha. Nos horários mais estranhos. Um dia ela bateu pela terceira vez, era meia noite e meia. Estávamos na sala assistindo a um filme e eu falei pra D. Mari: acho que vou atender nua e descabelada, enrolada em um lençol. Depois disso DU_VI_DO que ela bata aqui de novo. D. Mari não deixou. Mas foi necessário muito menos do que isso pra ela parar de bater na nossa porta.

O necessário foi apenas a chegada do outono e, com ele, o frio.

Frio. Nosso apartamento é frio. Amigos que moram na Europa sem aquecimento no prédio vão dizer que é besteira, mas no inverno, um apto estanso a 16 graus é frio pacas. Inda mais quando vc sabe que lá fora ta, 0, -10, -26... Vc acorda é frio e tem neve na janela. Dá mais frio ainda.

Então logo começamos a pedir para que o apto fosse mais aquecido.

Um dia, Dona Cocota apareceu aqui e disse que não ia aquecer mais o prédio até o meio do inverno pois era caro demais e o Canadá é frio mesmo então nós que nos acostumássemos a ele.

Pronto. Iniciada a guerra.

Eu fiquei imediatamente puta com aquilo. Fomos pesquisar na internet e descobrimos que é nosso direito ter a casa toda aquecida a pelo menos 21 graus durante outono, inverno e meados da primavera. Ou seja: de setembro até dia 1o de junho. Um dia deixei claro que sabia da lei para a filha de Dona Cocota.

Poucos dias depois aparece um aquecedor gigante na nossa porta. E é isso. Colocamos ele pra fora pois era elétrico e nós pagamos a eletricidade por fora. Trocas de emails e conversas mais tarde, D. Cococta concordou em pagar a diferença.

Mas, depois de desgastes demais por conta do aquecimento, acabou toda a fofura. Quando avisei que meu irmão vinha de visita: ela disse que tudo bem, “ela deixava”. Quando chegou a conta de luz, ela pagou parcialmente porque disse “que não tinha mais dinheiro”. Um dia ela avisou que precisaria do sofá cama que nos havia emprestado dali a poucos dias. Saímos correndo para comprar outro,  as pressas pq meu irmão estava chegando, que foi entregue e ela só tirou o sofá dela a nossa casa meses depois, e depois de muito reclamarmos.

O clima é outro. E a gente Tb já não agüenta ouvir os passos dela lá em cima. Passinhos de elefante. Quando ela bate aqui em casa, que é raro, sempre arruma uma desculpa pra ficar bisoiando tudo.

Sempre pagamos aluguel, internet e uso da maquina de lavar em dia, mas quando podíamos o cheque do aquecimento ela sempre inventava uma desculpa.
A melhor era quando ela dizia que não estava em casa e nós ouvíamos seus passos na sala.

Bom, um belo dia encontro com sua filha aqui na frente e ela avisa que o namorado vai se mudar.  A gente até que não achou ruim, pq o cara é um tipo meio estranho, mas não esperávamos que fossemos ser incluídas nos dramas familiares que se seguiram.

Quando ela estava em casa, ele não estava. Eles se evitavam e ela foi morar com os tios enquanto ele procurava apartamento. Ele, toda oportunidade que tinha, vinha falar mal da família dela. Acabou por nos contar que a historia de que moraram pessoas drogadas no nosso apartamento era pura mentira de Dona Cocota e que nós somos suas primeiras inquilinas.

Um belo dia aparece um caminhão de mudança aqui no prédio. Eu já tinha saído. Dona Mari relata que o caminhão chega, Homens fazem a mudança do cara, em seguida chega D. Cocota filha. Depois ela sai. Depois o caminhão sai. Depois a internet cai.

Horas depois D. Mari sai de casa, descobre a porta dos fundos do prédio escancarada. Tranca. Passamos a tarde fora. Inclusive foi a mesma tarde em que houve um tiroteio dentro do EatonCenter  e nós estávamos lá, só que do lado de fora. Passamos a noite em um bar com uma amiga e eu voltei mais cedo (pra variar).

Uma e meia da manhã eu chego em casa. O prédio todo escuro e eu encontro a porta de trás ESCANCARADA.

Não sei porque eu entrei. Gritando, acendendo todas as luzes, mas entrei. Devia ter chamado a policia, mas como tava uma confusão por conta da mudança do homem, não chamei. Não havia ninguém no prédio, graças a deus. Tranquei a porta e fui dormir.

No dia seguinte continuamos sem internet. Tentamos falar com D. Cocota, mas descobrimos que ela não está. Ninguém está no prédio. Lembro que no 3o andar, pela entrada da frente, fica o aparelho da internet que podemos checar. Tentamos abrir nossa porta da frente e descobrimos que ela está atravancada por ummonte de objetos. Tentamos abrir a porta da frente do prédio por fora, está trancada de uma forma tal que não conseguimos. Ninguém responde telefone. Nem D. Cocota, nem filha, nem o ex-namorado. Fiquei puta e empurrei tanto a porta que ela abriu, quase quebrando um Buda enorme de pedra. Carreguei todas as tranqueiras para a frente da porta dos outros e vi que o aparelho da internet tava desligado. Liguei. Resolvido.

De tarde, enquanto dávamos um passeio, liga D. Cocota. A filha ouviu nosso recado e ela ligou pra saber se estava tudo bem, pois havia viajado. Contamos do episódio da porta escancarada duas vezes. Ela perde para checarmos se as portas dos aptos estão trancadas. Checamos e tudo certo. Logo depois liga o ex-namorado dizendo que tinha sido acusado de tentar provocar o mau à família deixando propositadamente a porta aberta e querendo nos convencer de que ele é uma pessoa boa e nunca faria isso...........

Deus!

Morar nesse prédio é fazer parte dessa família louca.

Pelo menos  todo mundo sumiu e, nos últimos dias, estamos vivendo na paz do senhor.... Só não sabemos até quando.

12/03/2012

Momentos em Toronto - fotos

Nuit Blanche

Show do Postishead

Mercado de St Lawrence

Jardim em Toronto Island

Toronto vista de Toronto Island

occupy toronto

Bairro Chinês

Mesa de Caipirinha da nossa 1a festa

Primeira neve que vimos cair

E a primeira vez que gelei a cerva lá fora

Sempre útil

Homem no High Park

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24/02/2012

Life Drawing em Toronto

Quando eu era nova (agora sou velha) fiz um curso de desenho no Parque Lage. Foi a primeira vez na vida que tive contato com o desenho de modelos vivos. Foi uma grande descoberta, isso de desenhar o corpo humano. Mais tarde cursei um semestre do Curso de Propaganda e Marketing da Universidade Mackenzie, em São Paulo, e tínhamos aulas de desenho duas vezes por semana, muitas vezes com modelos vivos. Eu amava. Passava a semana inteira ansiosa pela próxima aula.
Infelizmente, depois dessas duas experiências, nunca mais tive essa oportunidade. Cheguei mesmo a me fotografar nua para tentar ter algum modelo, mas não deu muito certo. A vida tomou outros rumos e eu não virei artista plástica. Mas morria de saudades.
Tempos depois, meu irmão, que tinha acabado de se mudar para NY, descobriu por lá umas sessões de desenho de modelo vivo, um tal de Drink and Draw. A idéia é pagar uma pequena taxa (de 15 dólares) e você tem em troca 2 horas de desenho de um modelo vivo e cerveja liberada. Ele imediatamente se viciou e de tanto freqüentar começou a desenhar muito, muito bem e a postar os desenhos na internet.
Eu morria de inveja, pra falar a verdade, e quando fui à NY visitá-lo fiz questão de ir no tal Drink and Draw. Obviamente me amarrei e, chegando em Toronto, fiquei me perguntando se não havia algo do tipo por aqui.
Pois bem, entrando em uma das muitas lojas de arte, perguntei ao balconista sobre esse tipo de curso e ele me deu um panfleto do curso aberto do Hotel Gladstone. Demorei a ir, pois que trabalho quartas à noite (e o curso funciona de 8 às 10pm), mas tive a oportunidade essa semana e quase derreti de felicidade.
O Hotel Gladstone tem um bar super bacana e uma sala de teatro/cinema no primeiro andar onde, vira e mexe, há exposições, mostras de cinema e coisa e tal. Cheguei um pouco adiantada para ter certeza que teria lugar. A sala era muito mais confortável do que a que eu tinha ido em NY, ampla e com mesas e cadeiras suficientes. Sentei na segunda fila, pois como não desenho há quase 15 anos, estava morrendo de vergonha. A modelo era gordinha e eu nunca tinha desenhado gordinhas, o que foi um desafio à parte. As primeiras poses foram de pouquíssimos minutos, como que para esquentar, e as mais longas tiveram 10 minutos (o que também não é lá tanto tempo), mas deu pra brincar. 

Como eu disse, não me julguem, fiquei muito tempo sem desenhar...

O pagamento de 8.00CAD você faz ao final e alguns engraçadinhos saem de fininho no meio dos intervalos para não pagar (acho uma sacanagem sem tamanho). Um dos engraçadinhos, porém, me contou que em Toronto existem muitos lugares como aquele (e eu imagino que ele seja persona non grata em alguns). Acabei de pesquisar e descobri que existem, mesmo, muitos lugares onde você pode desenhar modelos vivos por uma pequena taxa. Aliás, há inclusive algumas sessões temáticas, como desenho vivo para cartunistas e desenho de poses bondage, que quero SUPER ir.
Além desses express drawing sessions, há cursos mais alongados de artes super acessíveis, é só dar uma pesquisada.
Abaixo, uma breve listagem de lugares que descobri agorinha mesmo e que pretendo ir quando tiver oportunidade:
Centennial College
Sessões de desenho toda quarta feira, de 6-9pm.
Preço: 8 CAD.
http://www.centennialcollege.ca/thecentre/openlife
Central Connection
Sessões toda segunda feira, de 6:30-9:30
Há semanas com modelos nus e semanas com modelos vestidos.
Preço: 10 CAD.
Quem for tem que chegar um pouco antes para ajudar a montar o estúdio.
http://www.centralconnection.ca
Toronto East Community Art Program
Terças de 7-9pm. gratuito, mas tem que registrar
Cada sessão tem um modelo masculino e um feminino.
http://www.tecap.org/12.html
The Toronto Heliconian Group
Todas as segundas de setembro até meados de junho
de 10-12am para poses rápidas e de 1-3pm para mais demoradas
Preço: 6 CAD para cada sessão
http://heliconianclub.org/about/happenings/sketchgroup/
Toronto Cartoonists Workshop
Todas as terças a partir de 13 de março de 7-10pm
As poses duram de 2-30 minutos e os modelos podem estar nus ou vestidos.
Preço: 15 CAD por sessão
http://cartoonistsworkshop.com/wordpress/shop/openlifedrawing
Life Drawing with Edge
Toda segunda terça-feira do mês, de 7:30-10:30. Pedem que se chegue antes.
Desenho de poses eróticas e bondage, para maiores de 18 anos.
Preço: 20 CAD por sessão ou 50 CAD por 3 sessões
http://thekeyholesessions.com/about/attendee-info
Gladstone Hotel
Toda quarta-feira de 8-10pm
Alega ser a aula aberta de desenho mais antiga de Toronto. O hotel sempre tem, também, bons eventos. Vale a pena conhecer.
Preço: 8 CAD
http://www.gladstonehotel.com/events/event-listings/todays-events
Artists 25
Vários horários. Modelos vestidos.
Preço: 8 CAD por sessão
Terças: 7:30 to 10:00 p.m. Desenho de gestos e poses rápidas.
Quintas: 7:30 to 10:00 p.m. Roupas e retratos.
Sextas: 7:30 to 10:00 p.m. Desenho livre
Sábados: 10:00 to 12:30 am e 1:30 to 4:00 p.m. desenho livre
http://www.artists25.ca/index.php?pr=Studio_Sessions
Lembre-se de levar seu próprio material de desenho e divirta-se!